domingo, 25 de março de 2018

'Mapeamento de eleitores é o novo tempo de TV', diz promotor que investiga Cambridge Analytica no Brasil

O Facebook sofreu um abalo significativo nesta semana, mais precisamente desde a revelação de que os dados de mais de 50 milhões de usuários da rede social – uma das mais queridas pelos brasileiros – foram utilizados sem consentimento pela empresa Cambridge Analytica para fazer propaganda política.

O valor de mercado da rede social despencou. E o drama deve ganhar novos episódios a partir de terça-feira (27), quando o consultor político André Torretta, ex-sócio da Cambridge no Brasil, for interrogado pelo Ministério Público do Distrito Federal. A investigação é tocada pelo promotor Frederico Meinberg, coordenador da Comissão de Proteção dos Dados Pessoais do MP.
Antes de debruçar-se em mais um caso que põe em xeque a segurança do usuário de internet em todo o Brasil, Meinberg conversou com o G1 a respeito dos problemas da publicidade direcionada em um ano eleitoral.
"O mapeamento de eleitores é o novo tempo de TV. O candidato poderá pagar para que a propaganda eleitoral chegue ao eleitor", disse. O procedimento foi utilizado de forma decisiva na eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, em 2016.

O promotor tratou também do debate a respeito das fake news. A disseminação de conteúdo falso não é novidade. O general romano Marco Antônio, por exemplo, se matou motivado pelo recebimento de uma notícia enganosa. Mais de 2 mil anos depois, uma série de boatos espalha rumores falsos sobre a vereadora executada Marielle Franco.
Mentiras também impulsionaram a Revolução Francesa e a Guerra de Independência dos EUA. É tataraneta dessas farsas a última grande série de boatos no Brasil, que espalhou rumores falsos sobre a vereadora executada Marielle Franco.
Para enfrentar a disseminação de mentiras, uma cruzada contra fake news não é suficiente, na visão do promotor: "Nosso foco tem de estar nos conteúdos ilegais das redes sociais".

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