sexta-feira, 27 de abril de 2018

Justiça expede mandados de prisão contra ex-delegado e ex-policiais acusados de extorsão contra comerciantes no RJ


Justiça expediu mandados de prisão preventiva contra um ex-delegado e outros três ex-policiais civis que atuavam na 145ª DP, em São João da Barra, no Norte Fluminense.
Eles foram denunciados pelo MPRJ pelos crimes de concussão e associação criminosa armada. Os policiais já estão presos desde 2012, em consequência de outros crimes, e foram demitidos da Polícia Civil em 2015.
De acordo com a denúncia do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), até 2012, sob o comando do então delegado Carlos Alberto de Andrade Souza, os policiais Luís Carlos de Castro Gandra, Ivanildo Ribeiro de Souza e Pedro da Silva Gonçalves abordavam comerciantes, exigindo dinheiro para não levá-los presos por supostas irregularidades em seus negócios.
Segundo a acusação, as pessoas que se recusavam a pagar eram levadas em viatura da Polícia Civil até a delegacia, onde eram autuadas em flagrante, mesmo sem haver ilegalidade comprovada nos empreendimentos comerciais.
A denúncia narra que, em um dos casos, ocorrido em fevereiro de 2012, os policiais foram a um posto de gasolina em São João da Barra e vasculharam o local em busca de irregularidades que pudessem ser usadas para extorquir o proprietário. A ação foi a mando do delegado, de acordo com o MPRJ.
Após retirarem as notas fiscais das mãos de uma frentista, identificaram uma possível ilegalidade. Eles, então, conduziram o dono do posto até a delegacia e exigiram o pagamento de R$ 20 mil para não prenderem o homem, de acordo com a denúncia.
Após negociação na delegacia, que fez o valor da extorsão cair para R$ 6 mil, a vítima mencionou que era subsecretário de Meio Ambiente do Município e que se queixaria da conduta dos agentes à prefeita. Em seguida, o delegado deu voz de prisão ao proprietário do posto, e a vítima só foi liberada alguns dias depois, após pagamento de fiança, segundo a denúncia.
O MPRJ afirma que, após a liberação, os então policiais exigiram o pagamento de R$ 2.500 a troco de não "lacrarem" o posto de gasolina.
A denúncia narra ainda outras situações semelhantes em que comerciantes foram extorquidos pelos ex-policiais até aceitarem o pagamento de vantagens indevidas para não serem presos de forma arbitrária.
Até a publicação desta reportagem, o G1não conseguiu contato com as defesas do ex-delegado e dos ex-policiais civis.


Fonte: G1

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