sábado, 23 de junho de 2018

Em jantar, Maia, Temer e Aécio discutem candidatura tucana


A oportunidade de substituir Geraldo Alckmin por João Doria nas eleições presidenciais do PSDB nas eleições de 2018, juntando MDB e DEM sobre o novo candidato foi o tema principal de um jantar promovido na residência oficial do prefeito, Rodrigo Maia (DEM -RJ), na noite de quinta-feira 21.
O encontro, promovido pela Maia, reuniu o presidente Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ministro da Energia e Moreira Franco. Embora tenha sido há alguns dias, a reunião não estava na agenda oficial de Temer ou Maia.
O estado descobriu que uma avaliação foi feita onde Alckmin, estagnado na votação, não pode ficar tenso, e se nada for feito, o chamado centro político estará fora da segunda rodada da disputa. O governo, a cúpula do MDB e os setores expressivos do DEM são simpáticos a Doria.
segredo
A conversa não foi crucial, mas serviu para medir a temperatura da disputa menos de quatro meses após a eleição. Na prática, todos queriam criar xadrez e saber em quais aliados podiam confiar e quem seria o vice-presidente da chapa liderada por Doria, que negou a oportunidade de concorrer à presidência.
O pré-candidato do MDB ao Palácio do Planalto é o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que até hoje está estacionado em 1% das intenções de voto. No diagnóstico do governo, porém, ele não conseguiu “desencarnar” do posto de  chefe da equipe econômica nem vestir o figurino de candidato.
Maia, por sua vez, já disse que abrirá mão de sua candidatura, em julho, para avalizar um nome capaz de vencer os extremos de direita e de esquerda. O problema é que, no seu diagnóstico, esse concorrente ainda não apareceu. O receio do grupo é de que o deputado Jair Bolsonaro (PSL), considerado de extrema direita, vá para o segundo turno com algum concorrente do campo da esquerda, seja ele Ciro Gomes(PDT) ou um indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – caso o petista, preso, seja barrado pela Lei da Ficha Limpa. 
Os rumores sobre uma possível troca de Alckmin não são de hoje, mas, nos últimos dias, Doria acelerou sua campanha ao Palácio dos Bandeirantes. Conquistou o apoio do PP e do DEM, que deve indicar o deputado federal Rodrigo Garcia (SP) para vice da chapa. Além disso, está oferecendo uma das vagas ao Senado a Paulo Skaf, hoje pré-candidato do MDB ao governo paulista.
Alckmin, por sua vez, passou a quarta-feira em Brasília em reuniões com o DEM, o PTB e o PRB. Elogiou Maia, a quem chamou de “uma grande liderança jovem e com espírito público” e disse que estava em processo de “aproximações sucessivas” com o centro. Naquele dia, o ex-governador de São Paulo tomou café da manhã, na casa do deputado e ex-ministro da Educação Mendonça Filho, com o prefeito de Salvador, ACM Neto - presidente do DEM - e com Rodrigo Garcia, líder do partido na Câmara.
O tucano ouviu dos presentes várias dúvidas sobre sua capacidade de superar os obstáculos e se mostrar como um político novo na campanha. Apesar das divergências internas, integrantes do bloco formado por DEM, PP, PRB, Solidariedade e PSC dizem, nos bastidores, estar mais inclinados a apoiar Ciro Gomes, com quem muitos deles jantaram na terça-feira, também em Brasília.

Candidato do PSDB é Geraldo Alckmin, diz coordenador de campanha

Aécio negou que a reunião na residência oficial de Maia tenha discutido a substituição na chapa presidencial do PSDB. “Não tratamos desse assunto, até porque não participo das articulações da campanha presidencial”, afirmou o senador, por meio de sua assessoria. “Tenho dito, inclusive, que Alckmin será beneficiário do voto útil ainda no primeiro turno, o que vai levá-lo à segunda rodada e ele vencerá as eleições.”
Alckmin entrou no lugar de Aécio na presidência do PSDB depois de vir à tona a delação da J&F. O senador foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista e hoje é réu da Lava Jato.
Procurado, o coordenador de campanha de Alckmin, Marconi Perillo disse não ter informação sobre o encontro na casa de Maia. “O candidato do PSDB é Geraldo Alckmin. Será presidente e levará o País a um novo patamar de desenvolvimento social e econômico”, declarou. Maia não quis comentar o tema da reunião. “Não teve nada demais. Nenhum assunto fechado. Apenas conversamos sobre conjuntura”, afirmou o presidente da Câmara.

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