segunda-feira, 25 de junho de 2018

Governador eleito pode ser cassado antes da próxima eleição, diz procurador


Mauro Carlesse (PHS) é o segundo governador do Tocantins em 2018. Mas, segundo o procurador eleitoral Álvaro Manzano, é possível que o Estado tenha mais um governante até o fim do ano. "Dizer que vai ocorrer, ainda é prematuro, mas é possível que tenhamos outro mandato-tampão antes mesmo da eleição de outubro, para cumprir o resto do mandato", disse em entrevista à TV Anhanguera.
Isso pode acontecer porque a Polícia Federal apreendeu documentos no Palácio Araguaia e em secretarias do governo a pedido da Justiça Eleitoral. A suspeita dos investigadores é de que houve compra de apoio político e uso da máquina pública durante a campanha para Eleição Suplementar. As denúncias foram feitas pelo senador Vicentinho Alves (PR), derrotado por Carlesse no segundo turno.
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Marco Villas Boas, disse que pretende dar celeridade ao processo. "Se não decidir logo, penso que não haverá resposta no curso do mandato, mas existem prazos que precisam ser respeitados que não são só de quem propõe a denúncia e acusa, mas também para a defesa", explicou.
As denúncias estão sendo investigadas pela Justiça Eleitoral em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE). Entre os indícios apontados estão à liberação de verbas por emendas parlamentares e pagamentos de despesas de anos anteriores. Segundo a Justiça Eleitoral, o Palácio Araguaia estaria sendo usado como "comitê de campanha" para a eleição suplementar.
Também está sendo investigada a utilização de servidores públicos da TV e rádio do Estado na campanha do governador eleito.
"Aduzem que a equipe de produção das mídias de TV e rádio dos investigados está sendo custeada com recurso público, já que o cinegrafista, repórter, produtor musical e o locutor/coordenador do material de rádio, são todos funcionários da Fundação Radiodifusão Educativa (Redesat)", diz a decisão que autorizou buscas em prédios públicos.
Após a apreensão dos documentos, a Secretaria de Comunicação do Estado afirmou que o governo está colaborando com o trabalho da Polícia Federal. Na época, o governador interino informou que segue tranquilo e apoia qualquer investigação, determinando que seus auxiliares prestem todas as informações solicitadas.
Agentes da PF deixando o Palácio Araguaia após apreender documentos (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Agentes da PF deixando o Palácio Araguaia após apreender documentos (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Instabilidade

Mauro Carlesse (PHS) foi eleito neste domingo (24) com 75,14 % dos votos válidos para o mandato-tampão, até 31 de dezembro. A Eleição Suplementar foi convocada após a cassação do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e da vice dele, Cláudia Lelis (PV).
Para o economista Marcello Bezzera, a instabilidade no estado tem atrapalhado os investidores. Além disso, uma retomada do crescimento vai depender dos primeiros atos do governador eleito.
Atualmente, o Estado tem um rombo nas contas públicas que passa de R$ 1 bilhão, sendo que a maior parte é de dívidas com fornecedores. O Tocantins também não consegue aplicar mais do que 5% em investimentos públicos. Isso significa que quase tudo que arrecada vai para pagar contas e folha de pagamento.

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