sábado, 2 de junho de 2018

Saída de Pedro Parente da Petrobras repercute nos municípios produtores de petróleo da Bacia de Campos


A demissão de Pedro Parente do cargo de presidente da Petrobras, anunciado na manhã desta sexta-feira (1º), repercutiu nas cidades produtoras de petróleo da Bacia de Campos. Durante a tarde, o Conselho de Administração escolheu o diretor financeiro, Ivan Monteiro, como presidente interino da estatal.
De acordo com o Blog do Valdo Cruz, o presidente Michel Temer (MDB) disse a interlocutores que pode anunciar ainda nesta sexta o nome definitivo.
Para o presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) e prefeito de Campos dos Goytacazes, Rafael Diniz (PPS), o cenário é de incerteza.
"A saída de Parente gera uma incerteza na definição das políticas públicas sobre os preços dos combustíveis e, consequentemente, nas políticas sobre a arrecadação dos royalties pelos municípios. É cedo para emitir qualquer qualquer opinião, uma vez que a diretoria executiva permanece a mesma e não há definição de novo presidente até agora", ponderou Diniz.
O presidente da Ompetro também avaliou a gestão do ex-presidente da Petrobras.
"A participação de Parente sempre foi marcada por características técnicas. Ele assumiu a empresa em meio à crise, com dificuldades imensas, e sua gestão foi responsável pela retomada da Petrobras", afirmou.
Os municípios têm expectativa pelo próximo nome a ser anunciado por Temer para comandar a estatal de forma definitiva e esperam crescimento no setor. "Esperamos agora que o próximo nome a ser definido possa ajudar a empresa a crescer ainda mais em consonância com os anseios da população", explicou o presidente.
A Ompetro é composta pelos prefeitos de Campos, Macaé, São João da Barra, Quissamã, Carapebus, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Cabo Frio, Niterói, Armação dos Búzios e Arraial do Cabo.

Sindicato comemora

Para o sindicato que representa os trabalhadores do setor na região da Bacia de Campos, a mudança na presidência da Petrobras é motivo de comemoração.
Em nota publicada em seu site, o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) divulgou que para a categoria a saída de Pedro Parente é "uma vitória dos petroleiros e das petroleiras, que tiveram como uma das suas reivindicações na greve de advertência realizada nesta semana justamente a demissão do presidente da empresa".
"Esta é mais uma prova de que quando os trabalhadores se unem ninguém pode segurar. Apesar de toda a repressão que sofremos, apesar de toda a arbitrariedade de uma multa pesada e descabida, fizemos valer a nossa denúncia contra os desmandos deste presidente entreguista e ele não resistiu", afirmou o coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra.

Pedido de demissão de Parente

O pedido de demissão acontece em meio aos desgastes e pressões sofridos por Pedro Parente durante a greve dos petroleiros em razão das críticas à política de preços de combustíveis adotadas pela Petrobras na sua gestão.
Desde julho do ano passado, o preço da gasolina e do diesel comercializado nas refinarias dispararam mais de 50% e foi um dos pontos mais criticados pela greve dos caminhoneiros e dos petroleiros.
"Minha permanência na presidencia da Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente. Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas", disse o executivo na carta de demissão.


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