Dezenas de familiares de detentos que estão presos nos presídios Carlos Tinoco da Fonseca e Dalton Crespo de Castro, ambos em Campos, fizeram uma manifestação na Estrada do Santa Rosa, rua que dá acesso as prisões. Com galhos de árvores e pneus, eles atearam fogo bloqueando um dos principais acessos ao bairro. O protesto aconteceu na manhã desta terça-feira (4) e o motivo, acredite: eles querem melhores condições de reclusão nos dois cárceres da cidade. Os manifestantes alegam que a alimentação nos dois locais não são das melhores e que os materiais de limpeza só chegam uma vez por mês.
É claro que os manifestantes têm direito de cobrar melhorias das autoridades. Aliás, o correto era já haver melhores condições humanas nos presídios. E não só em Campos, mas em todas as prisões Brasil afora. Contudo, centenas de milhares de pessoas – que não cometeram crimes – morrem todos os dias aguardando para serem atendidas nas intermináveis filas dos hospitais e nas ruas, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, vítima da violência desenfreada provocada, na maior parte das vezes, por essas mesmas pessoas que estão convivendo com os “maus-tratos”.
Na semana passada, parentes de presos de Campos denunciaram que eles foram estuprados no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca. A Secretaria de Estado e Administração Penitenciária, a Seap, não informou quais crimes os dois detentos cometeram. Porém, como é de conhecimento de boa parte da população, em geral, estupradores também costumam serem estuprados nas cadeias. É a lei de lá. Não, necessariamente, que os dois presidiários estuprados em Campos na semana passada fossem estupradores. Como mencionado, a Seap não informou quais crimes eles cometeram.
Na manhã desta terça, familiares exigiram a presença de algum representante da comissão dos Direitos Humanos no protesto. Até o fechamento desta reportagem, ninguém havia comparecido.
É evidente que há condições subumanas nos presídios. Mas há também condições subumanas em hospitais, escolas, casas, enfim… Se a manifestação, que é um direito que os moradores têm, é coerente ou não, se vai resultar em mudanças positivas ou não, quem vai dizer é você, caro leitor.
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