quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Witzel diz que soldados não terão escolha: ordem é atirar e 'abater' traficantes



O governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), rebateu na tarde desta quarta-feira a crítica feita mais cedo pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, sobre o anúncio do ex-juiz de que chamará atiradores de elite para 'abater' traficantes com fuzis. Em reunião na Firjan, Jungmann havia dito que a proposta não está respaldada pela legislação. Após sua primeira reunião de transição com o governador Luiz Fernando Pezão (MDB), Witzel afirmou que é questão de interpretação da lei e ressaltou que os soldados não poderão fazer interpretação diferente da dele."Hermenêutica é uma ciência da qual páginas e páginas são escritas a respeito da interpretação da lei. A minha visão sobre o que é legítima defesa está em sintonia com milhares de juristas. Cada um tem uma interpretação. Quem não pode ter hermenêutica na cabeça é o soldado, que olhando alguém de fuzil vai atirar e vai abater. Hermenêutica fica para nós", disse Witzel aos jornalistas no Palácio Guanabara, em Laranjeiras.Witzel reafirmou sua intenção de manter as Forças Armadas no Rio até outubro, por meio de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A intervenção federal na segurança pública termina em 31 de dezembro de 2018, mas é certo que até 30 de junho de 2019 a estrutura do gabinete de intervenção permanecerá ativa, conforme o plano de transição já assinado pelo governador em exercício, Luiz Fernando Pezão.

Jungmann deu a declaração sobre a proposta de Witzel para a segurança pública ao lado do governador eleito pela manhã. "É uma proposta que precisa passar pelo crivo das leis, da legislação e da Justiça. Não podemos ter nenhum tipo de atividade que não seja devidamente legal, que não esteja nas normas da Justiça. E, hoje, não está. E teria que ter uma modificação legislativa para que ela pudesse vir a acontecer", disse o ministro.Coordenação na transiçãoWilson Witzel adiantou que os nomes de todos os coordenadores de áreas que trabalharão na transição dos governos serão apresentados na próxima semana, assim como as metas para os próximos quatro anos em números. Serão nomes cotados para assumirem as respectivas secretarias na próxima gestão."Nosso produto final para a transição é o Rio de Janeiro em números para os próximos quatro anos. Haverá metas para todos os eixos temáticos: cultura, educação, saúde, segurança pública. Tudo isso metrificado para os próximos anos. Para os coordenadores de área serem secretários, eles terão que provar o seu valor e demonstrar que têm condição. Nós teremos momentos de avaliação para substituí-los ou não", disse Witzel.O governador eleito ponderou ainda que considerou positiva a prévia orçamentária discutida na Assembleia Legislativa e sinalizou que o déficit previsto de R $ 8 bilhões deve ser reduzido à metade. "Positivo. O déficit que estava previsto para talvez R$ 8 bilhões deve ser reduzido para metade disso. Com essa situação, eu acredito que as nossas propostas serão perfeitamente possíveis."

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